domingo, 7 de novembro de 2010

Anandoham

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Onde há um medo, há uma força...
Entender um medo se parece com acessar um recipiente transbordante de energia...

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domingo, 31 de outubro de 2010

verve II


um chá com a loucura
em mim envolvida
me olhando deitada longa sobre um piano, plantas dos pés madeira, peitos dos pés pousando, tocando o piano e 
dizendo: -"go easy on me."
pensando em morte como quem arrisca..
passando a ferro todos os segundos..


mas música não mente


1) isso já saiu do meu controle


-"esquece" 


2) mas a mente, ela já não ouve


vejo um porto
conforto (um gosto primeiro que jamais sentirás)
aperto o passo

quero alcançar
ultra-passar benfaz-me
do verbo "benfazer"


3) melhor brecar com tudo.


quando perco as contas é porque já sinto... tão claro fogo elementar
e nós lá, fagulhas infâmes, incendiários da mente

eu digo:
-"mas, vc sabe, parte disso é apenas um nada que me orgulha..."
pausa
-"vc sabe, essa festa..."
pausa
-"como saber?" (você diz)
-"talvez pelos saltos no escuro e uma aversão a pimentas" (um não querer olhar de perto)

4) o peito imóvel prende o ar, valido um suspiro..
tua voz forte no outro olho da linha:
-"eu quero te dizer que está tudo certo
e que interessa o que souber viver,
que folgue em... alguma coisa
do verbo "folgar"...


é a voz de alguém que não se envolve em mim

sábado, 16 de outubro de 2010

basta que se sinta

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alívio
válvula volúvel

não me devolva mais
dissolva-me libido

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domingo, 8 de agosto de 2010

costas

as costas quebram-se ao meio
(revele a cor dessas costas)
pesos-mortos relevos
ombros cargas-nervosas

as costas estalam sua história
ajeitam seus ossos-apostas
olham o chão desejando
beijam as mãos que as encosta

costas farpadas presentes
tronco couro, um imã
um manto de ossos-silencio
possuem meu corpo
pele a pele
noite e dia...
noite e dia

suspende de um topo essa carne

domingo, 31 de janeiro de 2010

velvet

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pratico o fogo marginal
(puri-fique o ar que te envolve)

no meu reino de suspenses velados
só veludo
um novelo da própria história de um mundo

pratico a fome como um pecado
e o tempo como um dilúvio

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ssssssssssssssssssssssssssssssssss...

um dragão meu aguentaria

e com a água toda em cristal luminância

como bichos pequenos que se afeiçoam

ao simples ato de se balançar na gente



(ríriamos muito disso hoje em dia)



sssssssssssssssssssssssssssssss escuta...
o telefone toca noutra vila
sssssssssssssssssssssssssssssss ouve...
passos pousam noutro continente
e aquela...sssssssssssssssssssssssssssssssssssss respiração quente

o fogo pelas ventas tortas

consente


deus sabe aonde isso acaba


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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

saliva

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descolo os dedos todos de um só colo e afogo

somente um poço sabe
dos ecos de uma tarde

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