domingo, 31 de outubro de 2010

verve II


um chá com a loucura
em mim envolvida
me olhando deitada longa sobre um piano, plantas dos pés madeira, peitos dos pés pousando, tocando o piano e 
dizendo: -"go easy on me."
pensando em morte como quem arrisca..
passando a ferro todos os segundos..


mas música não mente


1) isso já saiu do meu controle


-"esquece" 


2) mas a mente, ela já não ouve


vejo um porto
conforto (um gosto primeiro que jamais sentirás)
aperto o passo

quero alcançar
ultra-passar benfaz-me
do verbo "benfazer"


3) melhor brecar com tudo.


quando perco as contas é porque já sinto... tão claro fogo elementar
e nós lá, fagulhas infâmes, incendiários da mente

eu digo:
-"mas, vc sabe, parte disso é apenas um nada que me orgulha..."
pausa
-"vc sabe, essa festa..."
pausa
-"como saber?" (você diz)
-"talvez pelos saltos no escuro e uma aversão a pimentas" (um não querer olhar de perto)

4) o peito imóvel prende o ar, valido um suspiro..
tua voz forte no outro olho da linha:
-"eu quero te dizer que está tudo certo
e que interessa o que souber viver,
que folgue em... alguma coisa
do verbo "folgar"...


é a voz de alguém que não se envolve em mim

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