sexta-feira, 19 de setembro de 2008

sobre a memória...

...



de que bebida é feita essa memória de amor,
de onde eu sinto esse estar parado e perene de tudo o que sabíamos

estudamos tanto sobre isso, não foi...
sorte sua seria se eu não tivesse feito orelhas em tantos livros.
mas agora impregnados de sua voz
estão os meus pensamentos mais furtivos
e aliás, eu bem descobri isso, furtiva é a alma mesmo que também furtivos sejam os ladrões nos livros

sabia
que eu tive um sonho,
um monolito concreto, uma rima perfeita em várias línguas
um beijo correto, uma volta ao mundo, uma filha
sabia que isso me fez sorrir aos nós
sabia?

saiba

por que
sábio e doce é

exatamento do gosto de uma tarde de inverno a duas mentes

em nome do amor, não deveria haver
morrer de amor, nem partes nem sortes nem fantasias quentes

que o coração é uma semente dormente...
inventei isso pra nós agora

estudamos tanto sobre isso, não foi?
e na hora da prova, eu estática quase como um relógio grande e tenso

sempre achei que sentaria ao seu lado
eu sempre quis sentar do seu lado nessa hora,
na hora do começo de todo o resto das minhas horas

precisava da sua cola
ver as suas respostas certas ao mundo de fora
e transgredí-las com a minha letra de agora.

sem mudar as lições erradas de tão minhas que eu aprendi pra dentro
sem fazer suspirar qualquer um dos meus sentidos ao vento
sem precisar decorar outras histórias que não sejam
as nossas invenções de nós mesma...

aqueço

tempo...



...

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