domingo, 23 de novembro de 2008

sobre alturas...

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era do tipo que não podia viver sem quaisquer indícios de altura à vista:


nas unhas, um cor-de-rosa descascado no tempo e na fome dos dentes
e mais ao fundo um resto, um espaçamento confortável de duas almas que se tocam sem se confundir

nesse lugar onde se pode rir de tudo
onde cada gesto sonâmbulo tenta ser milagre
ou apenas um sono que molda, como pano congelado sobre os olhos quentes

aqueci

horizontalmente calei nascimentos de sol,
(assim como nem dava conta das manhãs de sábado...)

ondas sólidas um novo corpo áreas remotas,
terras sós lagartas secas muros erodidos musas eruditas
(as vezes até parecia que estava beijando a minha própria mão...)

dias em erupções de meses e cinzanos
e as suas vontades me tocando como um piano velho...

mas descansa,
que cada gesto-sonâmbulo em mim já reflete outras sortes

moro num balcão de achados e perdidos, me sinto em casa entre estranhos
no balanço barulhento da sua rua decidi criar raízes
aéreas, expostas, maleáveis, raízes que dançam desajeitadas.

calei quando soube que sobre o seco da sua boca nada mais nasceria além do meu desassossego
e mesmo assim
sujeitos ao socialismo úmido dos amores todos, estamos...

...você gritava que tinha medo da pele branca exposta ao sol ou de cavar assoalhos com as unhas, descascar as tintas das paredes, fazer barulhos bizarros com dois corpos...
umedecer os corpos...

na areia suor lago de dois corpos movediços
abro um baú com as minhas iniciais, que afunda
revisito, de um só fôlego, todo o meu tesouro de provisões selvagens...



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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

suspenso

Alma

Respiração do corpo...



Nasci quando olhei naqueles olhos que me voltaram a estado bruto
(e todas as mesmas vertigens de um sôfrego balanço sobre telhas bambas)
Nasci ao olhar em teus dois espelhos d’agua



Suspeitos. Aos olhares da alma são só hipóteses que se afogam...

Suspendo. Agüento o frio que me devora, congela o ar dos meus pulmões-calma




Meu corpo

ar-de uma alma...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"lat den rätte komma in - deixe ela entrar "

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abismo irremediável de serpentes
sujeitas ao naufrágio ou à glória...
suscinto, absinto, con-sinto
deixe ela entrar e terá sua história

...amor que se escolhe, que se começa por pura escolha sóbria
o jogo consiste em encontrar a parte
que nos recolha antes de qualquer memória
(confiar nos ecos e no cheiro do sangue)

amor que se deixa entrar
sem pôr a prova
deixar que se entre, esse amor

amar o vampiro em nós
abismo curto para quem voa...


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Lat den Rätte Komma in - Sweden, 2007
"Deixe ela entrar"

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

cor_ar

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hoje o sol vai corar as roupas todas do meu varal
hoje o sol vai dourar os pêlos todos do meu braço
meu abraço corado
cor de amasso
cor de beijo bem dado
vestido cor de pele

pull_ar

sossego...


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domingo, 19 de outubro de 2008

sus

...sustento o suspense

suspiro suspenso
sonoro afeto

superaremos
suspenderemos o teto

ou no susto
seremos suscesso...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

schwartzwald

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palavra móvel
um móbile à corda
poderia sim inventar segredos aos montes perto de vouz-rendez
segredos à corda

se estás espreitando em busca de conforto
suplique agora meu nome ao vento
e acorda o vento

poderia sim fazer chover mais certo do que suas hortas
mas tudo é equilíbrio de metades, vc disse
equilíbrio à corda

portanto, esse olhar de floresta negra, sossega.
essa insuportável solidão de floresta

sol do outro lado da rua...
(a travessia às vezes é insuportável)

.

no subject

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...fugiram todos para o mesmo lado?
correram contra o vento de braços dados aos mil

olha que se vc me disser que fugiram todos,
vou estar a acreditar um bom bocado a mais na loucura dos fados!

podemos começar?
eles vão voltar...


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palavras triangulares

star
mao all-star
mal estar
ami go-star
sal
all

polêmicas de bolso...

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...

um vento suspenso,
final de semente,
final de semana
ana que ama

ouvi dizer que apenas as pedras poderiam entender,
essa vibração constante a ponto de ser sentida a arrepio,
quase simulacro...

ontem escoava-se um tempo novo,
era uma espera aberta aonde o futuro é o daqui a ...pouco
(pensar nisso me relaxa)

mas vamos juntos ao relento,...
esse solo a nós pertence.

ontem escoava-se um novo lastro
de ana que ovula e ama
evolui a pele..

sementesimples

(apenas os mais sôfregos dentre nós se cansariam)
sonora serena e sincera sorte sábia
e todo o amor que houver nessa vida...








...

domingo, 12 de outubro de 2008

a foto acima...

...é do filme "Versailles", de Pierre Schoeller.




O menino que corre é Enzo...
Ele significa toda uma era em rascunho...


(photo by Guy Ferrandis)

sobre o sangue...

...


das fagulhas


das agulhas
desse amor desavisado
costurado no descuido de um momento breve
enquanto olhávamos, distraídos para o mesmo lado


(um segundo apenas)
de descuido anestesiado


mas eu não quero falar desses dardos

cicatriza em mim o silêncio
a pele descansa sua dor


eu não quero falar
não quero abrir os pontos
desse amor costurado a seco


ou

abra-os em mim
e que sangre enfim...

mas se abrir, que seja com cuidado
temos tempo...


...

sábado, 11 de outubro de 2008

no ônibus

...


exausta
de saudade
e desse instinto insistindo
que tudo que está em quadro sou eu me repetindo

repleta
rodando em falso
desgaste, atrito chama que lavra
meu solo sossega
frutos que dormem em meu ventre
flores, que roubo, para dar um ar aos seus cabelos

coração semente e polpa
descobre o gosto das coisas
me pensa inventando demoras
demoras novas

porque aqui tudo cresce com uma pressa que eu nem sei
novas e frescas demoras

o gosto delas adocica
essa saudade-sal

saudade que só se frutifica...


...

o dormir

...


meu sono é leve
quando se trata de você
entrando
em nosso quarto...
e a mim
se voltando
sonho de pele
sendo um só comigo e tanto

é tanto

meu sonho é love
quando seu corpo todo me envolve
em um só respiro

como esse dormir em ti me comove...


...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

sobre o desperdício...

...


desperdício, alívio, síncope
para mim ou para vc

cada segundo livre me faz querer desesperadamente outro exatamente igual
se soletrar nao requer saber escrever, viemos para esse amor.
libertae quae seras tamén

esquivo-me das respostas certas
nao concebo a humanidade dos outros...
suspiro meu extremo medo de ser um todo

lembranças de um certo frio paralisam meus lábiosvapor quente porém
pudera me entender pudera me querer por todos os porosperca-me, e me encontrará

as maiores verdades, meu bem, foram ditas entre um afago e outro
já não mais construo frases tudomoldado demaisvejo vc partir e issomefaz ter sono
(sonambulamente, ganho as vidas que pude conceber acordada)

mais um momento
mais um nao sei que irrisório
mais uma frase longa demais, um gesto fraco demais, uma expectativa tola demais

paramos

entre parenteses soluço minhas regras todas de uma vez
meu bem, mais um passo e eu me passo sem volta

naquele dia só não escolhemos foi o nome da brincadeira
lembra?

rir, o último golpe
irdiluir
maos dadas
ou maos ao vento? cabelos presos?
riso solto riso envolto sussurro seu nome
(e, mais uma vez, quero essas letras)

...o começo do alfabeto, sozinho, já me consome.

um alento um alivio qualquer, desde que seja agora...
mesmo que lento
desde que aflore...


...

domingo, 5 de outubro de 2008

sobre um pouso...

...agora mesmo um gosto de chá na boca, um leve balanço de criança interrompido por um cão sedento de calor humano... agora mesmo um retrato de quem anda com os olhos lentos de lágrimas... agora mesmo uma pressa por ler a última página, ver o resultado das minhas próximas eleições, sem justificativas ou voto nulo... e assim mesmo andava especialmente difícil achar a música ideal capaz de acalmar o meu ar interno... hoje mesmo vi o mundo fora nós e o deixei encarar meus grandes olhos... (o efeito ainda me é desconhecido...)

talvez por isso mesmo essa passada tão controlada de quem anda sem qualquer direção... uma certeza de que só esse agora mesmo existe, o resto são dejavús sonhados e alimentados por outras bocas. se por um momento eu pudesse parar e passar a limpo todos esses dias, queria ler pra vc as frases iniciais desse meu ar de memória desavisada, do tipo que nem imaginava que seria consultada, memória aposentada...

agora mesmo um pouso de mim fora do meu corpo, uma sorte por muito pouco, um soluço louco encoberto por um véu de medo por quase nada... agora mesmo uma viagem desmarcada, uma filha adotiva rejeitada, um grito pela janela não dado, mãos que se soltam, brilhos que se apagam, ordens que se encerram, solidões que se avolumam, e todo o resto...

antes mesmo que me passe pela cabeça o pensar passo perto da sua casa e me consolo com a sua voz amiga... e com vc me confesso, me acomodo, me isolo, me esqueço, me aqueço, me encontro... meu desejo, dormir sob seu melhor beijo, abrir a porta do corpo interior inteiro - ir ver o mar a mor, ser o que o seu coração precisar. Amanheço com muito sono... e como se nada disso bastasse ainda sonho que moro em seu prédio e tudo fica derepente, tão perto...


agora mesmo eu procuro uma desculpa pra não te encarar
e outra pra não ir embora...

agora mesmo toda uma vida aos seus pés jogada fora......

domingo, 21 de setembro de 2008



A amizade é , acima de tudo, certeza – é isso que a distingue do amor.

(marguerite yourcenar)



"vai e apanha uma estrela cadente
engravida uma raiz de mandrágora
diga-me aonde estão todos os anos passados
ou quem fendeu o pé do demônio,
ensina-me a ouvir sereias cantarem
e descobre
qual vento
serve para aprimorar uma mente honesta.

se nasceste destinado a visões estranhas
coisas invisíveis a visão,
percorre dez mil dias e noites
até que a idade neve cabelos brancos em ti

tal peregrinação seria doce
no entanto não vai, eu não irira

apesar de podermos nos ver na casa ao lado,
apesar d'ela ter sido real quando a encontrou
e, por fim, até que tu escreva tua carta,
ela já
será... "

john donne "uma canção"
(1572 - 1631)

sobre cada uma das partes...

...

seu adeus
acuso (recuso)
sua presença
respiro
sua ausência
percebo
a parte que me cabe em ti
me insiste
a reinvenção é como um milagredesejado


sua chuva
aqueço
seu olhar
supero
poemas em braille
operam em mim o toque
procuro ainda mais daquele horizonte
sincero de tão incerto
incerto de tão sincero
encerro

a fala contida, o jeito sóbrio, os tempos tortos
mantenho

seu sorriso
recebo
seu milagre
escrevo
suas certezas soltas ao vento
garanto
seu pranto salgado
me move

sua boca
amargo
seu lado obscuro
suplico
seu tom de verdades
arranco
seu grito contido
amplifico

seus sinais de fumaça
desenho
sua pele ignea em flama
possuo
seu jogo sossego
confundo
sua mente palavra
percebo

sua parte contagiosa
tateio
seu gesto brusco
respeito
seu olhar sobre o mundo
construo
sua propagação em mim
evito
suas asas perfeitas
retoco

por entre parenteses selecionados a dedo
insisto
nosso tempo no passado
assisto
meu sofrer por você
renego
meu ser mais doce
entrego

sua nota mais aguda
me molda
minha arte acorda
sua arte
um afago
sua parte e minha parte
um lago

nas escolhas...
aposto
as escolhas...
abraço

um lago de nós
ou um rio intocado...
















sobre minha fronte
miraculosamente
um sorrireceber perfeito

sou um pássaro

...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

sobre a memória...

...



de que bebida é feita essa memória de amor,
de onde eu sinto esse estar parado e perene de tudo o que sabíamos

estudamos tanto sobre isso, não foi...
sorte sua seria se eu não tivesse feito orelhas em tantos livros.
mas agora impregnados de sua voz
estão os meus pensamentos mais furtivos
e aliás, eu bem descobri isso, furtiva é a alma mesmo que também furtivos sejam os ladrões nos livros

sabia
que eu tive um sonho,
um monolito concreto, uma rima perfeita em várias línguas
um beijo correto, uma volta ao mundo, uma filha
sabia que isso me fez sorrir aos nós
sabia?

saiba

por que
sábio e doce é

exatamento do gosto de uma tarde de inverno a duas mentes

em nome do amor, não deveria haver
morrer de amor, nem partes nem sortes nem fantasias quentes

que o coração é uma semente dormente...
inventei isso pra nós agora

estudamos tanto sobre isso, não foi?
e na hora da prova, eu estática quase como um relógio grande e tenso

sempre achei que sentaria ao seu lado
eu sempre quis sentar do seu lado nessa hora,
na hora do começo de todo o resto das minhas horas

precisava da sua cola
ver as suas respostas certas ao mundo de fora
e transgredí-las com a minha letra de agora.

sem mudar as lições erradas de tão minhas que eu aprendi pra dentro
sem fazer suspirar qualquer um dos meus sentidos ao vento
sem precisar decorar outras histórias que não sejam
as nossas invenções de nós mesma...

aqueço

tempo...



...

domingo, 14 de setembro de 2008

coisas foda em alemão...

preciso dizer que vale a pena aprender alemão só pra poder entender isso:


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"Ich weiB es im Traum,
und der Traum hat recht:

Ich brauche Raum... "





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"Jedes Wort wird wie ein Wald
Unser Wille ist nur der Wind
Weil wir selber die sehnsucht sind
die in bluten steht... "




(Rilke)

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sábado, 13 de setembro de 2008

sobre a surdez...


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sou surda por algumas horas
que viram dias imensos
o som do silêncio muda as horas
o intenso som das horas muda o silêncio

grito em busca de voz
sussuro em busca do meu som
tempo

gritos e sussurros inteiros
ao mundo jogados fora
uma certa surdez me devora


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sobre os seres eternos...

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perguntava se queria dançar
perguntava se queria ser eterna
se saberia ser eterna de um jeito comovente


por ser eterna logo tentou ganhar o mundo
podia, enfim, tentar tudo
ensinar que a verdade é simples e não depende do sonho, mas da busca


fez falta um pouco de falta de tempo
fez falta um pouco de sobra, atraso, arrasto
-nada falta a um ser eterno!?
(pedia pra não quebrarem essa impressão)
fez-se tarde eterna... (a tarde eterna vem depois da manhã eterna e antes da noite eterna)
tarde eterna entremeada de chuvas, calores, vapores, uma biosfera eterna
eterna em meio a dias e noites cheios de grilos e espécimes novas do futuro

era tarde e tudo dormia e acordava o tempo todo
era tarde e só o ser eterno não o sabia

tardes demais em uma vida
(havia muito a anoitecer e a amanhecer ali)

meus heróis caíram por terra, meus heróis não quiseram me salvar
eles andavam com outras coisas na cabeça

mas todos percebiam como eles eram fortes
eram seres tão fortes, que a eles só restava mesmo um enfraquecer-se a cada minuto.
há os que nasceram para durar tanto assim





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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

sobre o tato...

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vertigem vertical..
vertigem virgem...
cega

tateio a toa em busca do meu play.





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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

pressa em nós...

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não me peça pra ter calma...
não me apressa
pra eu ter alma
não impeça a pressa
não impeça a calma...

você me contaminou de pressa
tirou meus óculos escuros...
fez nó no meu peito
sinto calor na chuva...

não me peça pra ter calma,

hoje perdi a hora
hoje ganhei a alma...


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domingo, 7 de setembro de 2008

a festa...

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vamos comprar nossos vestidos de festa,

tirar foto bonita de porta-retrato

vamos convidar toda a cidade
pedir a banda que toque as nossas


vamos cuidar de tudo


vamos mandar pintar as fachadas todas com tinta scarlate...
vamos dar na rádio...
fazer bonito

vamos querer aos berros, olhar sincero, testar o mundo.
vamos ser partes moles, igual ao molde que Deus criou


vamos deitar nas coisas, beijar as coisas, amar as coisas



vamos passar batom vermelho,
pra beijar o espelho sorrindo,
e partir...



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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

sobre a beleza...

Para a beleza em suas variadas formas
o mundo está sempre pronto e de braços aberto (2 biscoitos da sorte germinados)

mas sem ser isso tudo e cá
entre nós
muito menos

sobra em mim um alento
uma postagem sem comento
uma pressa cabisbaixa e atenta

para o que é belo,
a solidão a agrada

mas pensaríamos diferente
se num único espasmo de euforia
se vc acordasse agora

e talvez
acordados pra sempre...

a beleza nos seria
apenas uma história...

domingo, 31 de agosto de 2008

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a minha boca contém o teu segredo
a tua boca me contém em silêncio

me mantém além...


follow my voice
don't follow me


.
.






a cor do...
meu corpo
no seu

acordo seu corpo
no meu...

bom dia




magia





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sobre o ar

ar...tista
autista...
aposto.
testo seu texto...
artemanha

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sobre o desassossego...

...


Sobre o desassossego,
Aquelas varias ondas de bolso que atingiram minha fronte enquanto
Eu me fingia de forte estando
Certa de que ninguém veria esses medos...


Sobre isso sempre quis te dizer em segredo
Mesmo quando eu ainda não conhecia em segredo
Mesmo quando eu ainda não via em segredo
Mas sempre que eu via, e se vc não sabe, ouve agora

Aquilo que vc via era legítimo
asfixiar sincero

Sobrava muito de mim ao norte
Faltava muito em todos os outros ventos
Aquelas misturas de ar quente e vento lento
Ar quente vento lento e sorte

Impeça o impulso e pense
Pois essa será a minha morte

Para que todo o resto vá, eu fico

Se a gente soubesse desassossegar sincero de tão lento
Se a gente soubesse ganhar do vento e seu cheiro
Entrar naquele sereno lá fora
Falar desse sereno aqui dentro

Me ensaia e diz de mim sobre o nó
Aquilo que só vc sente
A parte que só vc sabe
sobre esse orvalho que nos cabe...

Ouro velho
Ouro válido
Oro...


...

sábado, 23 de agosto de 2008

leandra leal em "nome próprio"

a duas mãos

...o tempo passa nas entrelinhas

sabe a cor daquelas letras?
vermelho insistencia

ao menos o vermelho quer ficar, tudo nele luta pelas marcas
ao menos quer ir e voltar, nao dizer ao que veio

fala mansa, jeito de quem já viu
na dor esculpe se o encontro, o encanto
na dor o encontro é doce e cumplíve
não precisa ser alegre, o tempo, todo
a pedra no caminho é o time q vc tira de campo

2 times, um encontro de iguais
tao parecidos que são, chega a doer
ai é que sao elas
mas o que há de se fazer, não é mesmo...
ha de se fazer
há de se ficar

de se deixar fazer
de se deixar ver
esse sorriso que muitos chamam de boca
pensei nele agora, com força e fez cócegas
um ultimo golpe antes de partir;
rir...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

fá sol lá siiiii

...meu anjinho
saia do sereno

cuidado com essas longas asas imóveis.

vc faz parte de tudo aquilo que quer acontecer...
como o que a gente sente
não diz
cresce por dentro...

1997

...
mas não sou mais
tão criança
a ponto de saber tudo.
e enquanto isso, as pontes vão ficando, paradas como de costume.
não se envolvem.
Fingem nem sequer fazer parte da paisagem plana.
Tudo é plano. Tudo é constante, só não os meus planos, esses não são (in fact) planos planos... são planos neutros, quase planos, são sonhos tortos, quase ilesos. são tchaus rápidos, risos falsos, são pequeniques cercados por borrachudos famintos eu os sinto, sim bem perto.
E essas estátuas estáticas são todas elas crianças perdidas que olham por cima das pontes e abanam para os que passam e sorriem para os que olham e acenam para os que param.
então elas acordam em longo bocejo e eu digo que queria qualquer lasca e elas cantam e se espremem enquanto cantam gritado pra que eu volte mas eu não escuto mais.
Palhaças..
E a noite, quando a luz cansa os olhos e a imagem turva, são elas que se debruçam sobre seu eixo brusco e choram, debruçadas sobre a maquiagem fria.
acordei com sono nas idéias. um sem fim de parenteses sonambulos de cascas de sonhos entre parenteses se engatando pelo meio e pelas bordas. ainda não estou pronta pra sair desse lugar.
não existe coisa mais mágica do que o inseto que vive na dobra entre o dormir e o acordar.
um redemoinho de fluxos perenes.

cuide bem de quem acorda,

sempre...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

olympics in the house

devido a minha nova ocupação na vida, tenho me dedicado ultimamente durante muitas horas às viagens entre a minha casa e o meu trabalho. acho que essa seria a hora perfeita pra falar alguma coisa que preste porque não há hora mais rica do que essa em que se sai de um mundo x para ingressar num mundo ipsolon... e, confesso, a distância percorrida diariamente é a exata distância de uma imersão rápida, um fluxozinho consciente qualquer que as vezes pode culminar num sonho, ou num telefonema, ou num sms... muitos dos poucos que estiverem lendo isso aqui provavelmente já foram vítimas de um impulso evasivo e desavisado desses aonde o pensar em alguém aproxima-me de tal modo que o mínimo a fazer é dizer um "olá" e arriscar alguma troca qualquer aproximadora.
vou começar a publicar sms's, daquele tipo que seria pra um coletivo (apesar de os personalizados sempre serem os mais curiosos) mandar um sms é uma senssação próxima a publicar uma postagem... mas não tem aquela chative de caracteres máximo e etc...

esses dias, vendo as olimpiadas comecei a tentar entender (sem a ajuda de qqer estatística) se era normal o brasil demorar tanto pra nos dar o gostinho de um orinho sequer...

quando eu era pequena (desde sempre fanzaça dos acampamentos olímpicos na sala com colchões, sonecas, controle remoto e janela aberta) a coisa não era assim não!!
tudo bem, a lavada de alguns países no score de medalhas, isso sim sempre foi normal...
lembro daquela guerra fria no hall de medalhas... a urss duelando com os eua.
era um saco...
mas era mais maneiro quando a urss ganhava, a gente sabia tão pouco deles e quando os via em jogo eles eram sempre umas máquinas de musculos, aquele ar concentrado de quem desafia o resto do mundo e tem essa disciplina que só os invernos rigorosos emprestam ao ser humano...

fora isso, a aula clássica de geografia atual.

vale um lembrete: ver as olimpíadas é importante pra quem vai jogar master versão 2010. quando cair nas questoes de esporte... tu já viu...

domingo, 10 de agosto de 2008

k.

ABER manchmal bist du nachts bei mir, dort, in der anderen Welt und dann finde ich es wunderbar, dass das Land der Träume keine Grenzen und Distanzen kennt ...
Ich bin immer noch verwirrt, manchmal mehr, manchmal weniger und mein Kopf versucht vor allem nachts Dinge zu verarbeiten, weil mein oft viel zu rationaler Verstand es sonst nicht zulässt. Zudem passieren immer mehr Dinge die ich nicht verstehe, z.B. kann ich nicht begreifen warum alles Schöne immer auch eine dunkle Seite hat, die Schmerz bereitet, ändern kann ich es nicht, akzeptieren aber genau so wenig, was bisweilen meist schwierig ist, vor allem wenn es mit Menschen zu tun hat, die ich gern habe.

cosmic dancer

G Em
i was dancing when i was twelve(2x)
F C
i was dancing when i was out (2x)
G Em
i danced myself right out the womb(2x)
F C
is it strange to dance so soon
F C
i danced myself right out of the womb
G Em
i was dancing when i was eight(2x)
F C
is it strange to dance so late(2x)
G Em
i danced myself into the tomb(2x)
F C
is it strange to dance so soon
F C

i danced myself into the tomb
G Em
is it wrong to understand
G Em
the fear that dwells inside a man.
F C
what's it like to be a loon
F C
i liken it to a balloon
G Em
i danced myself out of the womb(2x)
F C
is it strange to dance so soon
F C
i danced myself into the tomb
G Em
but then again once moreG
Em
i danced myself out of the womb(2x)
F C
is it strange to dance so soon
F C
i danced myself into the tomb

~~~~~~~~

~...tinha umas roupas brancas corando no varal...~


(gosto desta frase, não sei porque...)

o(a) passado começa aqui

cARALHo como tenho coisas escritas em papéis de todos os tipos... portanto pra conseguir começar direito decido pegar coisas lá de trás, de outros tempos, que passavam por mim como a nanopoeira do sol atravessa a gente, dizem...

por isso aqui começa o passado do personagem blogo.
aliás, já que toda vez que vou escrever blogh sai blogo, é assim que vai ser...

e agora um momento sem correções de gramática, como os sms do meu pai que nãqo sabe enviar sms's...


agora pouco em mim, e vejo desconcertada vários lados em si,
e ekles gritam...
pedem meu ser e eu olho sem ver que são todos tão meus em mim. mas eu não quero ter que crescer e fazer tudo que implicaram em mim de ser.
e seu eu tivesse esperado,
o circo teria ido
e meu ser ficado onde nós pudermos entender melhor.

Vejo que um ou outro, mas
tu não precisas mesmo me ver sempre tão dentro..

porque afastar o que quer estar perto?
se só o sol existisse, e ninguém nunca fosse triste, o calor devorando meus dedos dos teus pés e nós rolando em poças de nós em outras horas atrás.

carne derretida e areia embevecida de palha seca e unhas qiuentes de solar demora.

Pra um dia sentirmos o frio que nos agita e querermos ele
mais uma vez em nossa vida
até o derreter ir embora,

quero nadar mais em mim...

(meados de 95)
deuses da paciência, protegei esta alma adolescente.... hehehe

uma palavrinha apenas

esse é o segundo blog que eu começo... porque hoje me deu um clic.
o meu primeiro blá está por aí, perdido.
eu não lembro nem mais do nome...
de qqer maneira não estou aqui pra falar sobre estar aqui...

vou direto ao que interessa...
a parte funny...

licença.

beijo!

a sede

cai um chuvisco só ao lado de um sapo sedente...

chove do sapo
uma gota
de sede
e só.